sábado, 22 de setembro de 2007

Citação.

Madrugada. Realmente chego a conclusão de que não tem hora melhor para ter idéias boas para escrever do que essa. Momento introspectivo. Geralmente estamos sozinhos, e temos mais tempo para pensar. Passeando pela internet, olhando coisas antigas que as vezes eu gosto de tirar do baú, só para dar uma refrescada na memória e as vezes me surpreender com a qualidade delas, achei um texto. Em um blog de um trio de amigos, que admito, foram minha inspiração para tentar embarcar na escrita um pouco mais rebuscada. Encaro o texto, lendo as linhas e sorrindo de leve.

- Hm... Traduz, não?

Ele tem razão.

- É verdade. Cabe na minha realidade. Muito bem.

Ensaio um copiar e colar.

- Posta isso. E credita ao rapaz.

Mas é claro que sim.

- Sim. Vou perguntar amanhã se posso e coloco assim que souber da resposta.

E a primeira coisa que eu fiz quando encontrei o autor do texto na internet foi pedir autorização dele. Ele, como bom amigo que é, aceitou prontamente. Agradeço a ele por essa chance.



Lunar

Como nunca tive chance de errar, muitas vezes fui herói. Travei as mais tensas batalhas contra os monstros mais sinistros que minha mente pôde imaginar. E em todas, ganhei.
A história é escrita pelos vencedores, e cá estou.
Venci dúzias, demônios e dragões. Em meus devaneios de luta perfeita, cada golpe era certeiro e cada gesto funcional. Mas não foi assim que me consagrei vencedor.
Também não ganhei por ser mais forte:
Provei minha força sempre que pude, mas deixei expostos os pontos fracos.
Nem tampouco ganhei por sabedoria. Perdido em minhas verdades, passei por louco. Nunca fui mais esperto; fui mais ágil. E talvez só isso.
E nessas lutas, muitas vezes me senti perdendo os braços, mas nunca a vida. Saía consolado com meus hematomas e perdas, me lembrando das feridas que eu mesmo e minha espada teríamos causado.
Luto enquanto todos festejam e tento alertá-los do perigo!
Mas nem por isso ganhei, ainda.
Começo então a questionar minha força.
E não sou herói de mim mesmo, sou dos outros.
Se um dia eu resolver desistir, quantos vão ficar desamparados?
Será que interfiro em um caminho que leva a algo melhor?
Luto! mas ameaço me recolher. E se então o mundo ficar a salvo, que assim seja.
Não é essa a minha causa, afinal?

E então eu venço; por cansaço. Venço por causar exaustão!
Venço por desistência.
E na luta lenta que armo, me perco no tempo.
Às vezes eu olho e vejo as princesas correndo, desistiram de me esperar.
E então eu luto a toa com o dragão.


Autor: Guilherme Ripper.
Fonte: http://www.perfect-high.blogger.com.br/ (Eu recomendo!)

2 comentários:

Flavio Faria disse...

Caramba. Sensacional, realmente é um texto que pode-se enquadrar nos momentos da vida de cada um de nós. Apesar de no meu caso ter perdido as batalhas, é como Cazuza diz: "Saiba que ainda estou rolando os dados..."

Abraços Akino.

Malcovich, R. & Camplett, E. disse...

Excelente texto preto.. mesmo mesmo. Acho que tem como variantes cada fase da vida de um guerreiro.. rs. Afinal todos somos guerreiros, Paulo Coelho já pregava isso. Guerreiro da Luz.
Muito bom mesmo

Beijão.