segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Incertezas.

Olhou para o celular, pensou em ligar. Desistiu, achou que seria má ideia.
Passaram-se dias, ela ligou. Conversaram, riram, jogaram conversa fora, tudo como tem que ser. “Vamos nos ver?”, “Talvez...”, “Pode ser...”, “Quem sabe...”. E, tendo uma conversa norteada de incertezas, os dois sorriam, um de cada lado da linha, sabendo que um não veria o outro e que o tom de voz que teoricamente deveria passar um certo descaso estava assegurado. Desligaram enquanto sorriam de leve e seguiram suas vidas.

Dias depois, uma mensagem vindo da parte dele. E logo que enviou ficava verificando insistentemente o aparelho, procurando pela resposta. Checou para ver se ela tinha de fato sido enviada com sucesso. O tempo passava e nada de resposta. No final do dia, de rosto franzido ele checou o celular mais uma vez enquanto voltava para a casa... Nada. Se condenou, se achou um imbecil por ter mandado uma mensagem, afinal, não tinha resposta. E quando menos esperava, parado no congestionamento ouvindo rádio o celular apita. Ele nem pensava mais no que havia ocorrido, e ela sabia disso. Olhou o celular, era a resposta dela. Ele riu, ela sabia o que estava fazendo. Os dois se divertiram.

Final de semana, momento de descanso, mais uma mensagem. Dessa vez dela. Ele riu. “minha vez” pensou o rapaz. Preferiu fingir que não tinha recebido ou, que havia recebido e não tinha sido nada de mais. E de fato ele conseguiu passar essa mensagem para ela, mas ele, ele ficou lendo e relendo a mensagem , se segurando para não responder ou até mesmo ligar de volta.

E finalmente, numa tarde quente de um dia qualquer, ele pegou o celular, ela também. Ele começou a digitar, ela também. Ele apertou o botão de enviar, ela também. E assim que a mensagem foi enviada, o celular de cada um apitou ao mesmo tempo e ao lerem as mensagens os dois viram que escreveram a mesma coisa: “Saudades...”

E quem sabe, se for incerto assim não é bem melhor para os dois... ?