sábado, 17 de abril de 2010

Run.

Corria sem olhar para trás. Corria com toda sua força para frente. Sons de tiro, buracos de bala nasciam a sua volta, mas ele não parava. Desafiava os limites do seu físico naquela corrida desembestada, como se sua vida dependesse daquilo.

Dependia?

Algo explodiu atrás dele jogando o corpo do jovem pra frente. Rolou alguns metros, mas logo se levantou. Sem nem pensar, era mais do que força de vontade, aquilo se tornara um ato reflexo. Caia, levanta e ia pra frente. Mais tiros a sua volta, mais explosões atrás, aos lados, na frente... E no final das contas, só restava ele, correndo pra frente com toda sua força. Suava, ofegava, até se atrevia a mancar em alguns momentos mais tensos, quando torcia o pé de leve pisando em buracos na grama. Mas nada o parava. Corria como se não houvesse amanhã, não se preocupava em guardar energias para a volta, só corria... Pra frente...
Não olhava para trás, não olhava para os lados, e cá entre nós não sei nem se olhava para frente...

O que nos deixa na dúvida: Fugia ou tentava alcançar?