domingo, 22 de julho de 2007

Existi.

Olho para o relógio. 4:52hs da manhã. Coço a barba por fazer, preciso dar um jeito nisso. O gosto na boca é de cerveja, chopp, eu diria. E a sensação? Ah... Essa é a sensação de uma noite de gala. Com direito a tudo que eu gosto de fazer. Música, chopp, amigos, piadas... Até tive vontade de escrever. Me sinto alheio as preocupações, pelo menos pelos próximos minutos. Até eu dormir e acordar de volta naquele mundinho.
- Há... Bela noite, huh?

Hoje nem ele tira o meu humor.

- Uhum. A melhor das férias, parafraseando um dos amigos envolvidos.

De fato, ele tem razão.

- É, percebi. Fico feliz por você. Você precisa viver um pouco.

Eu preciso o quê?

Viver. Taí um conceito relativo. O que é viver? Os mais pragmáticos diriam que é o fato de estar respirando e consciente. Os mais extrovertidos diriam que é estar sempre no extremo, sem perder tempo ponderando as conseqüências. Eu acho que não sei definir.
-Eu acho que é estar bem, se arriscar, romper barreiras... Vencer desafios.

Não lembro de ter pedido a opinião dele.

- Você não sabe do que fala. Não tem nexo o que você falou!

O que ele está fazendo aqui? O dia foi bom, não quero brigar.

- Claro que tem. Viver é se sentir vivo. Saber que você está ali e agora e que nunca vai
esquecer aquele momento.

Extremista.

- Para se sentir vivo, é preciso questionar a existência? Não acho que seja bem assim.

Vamos ver onde ele quer chegar.

- Mas como saber se você existe, se não testou a possibilidade não existir?

Válido.

- Oras, tem coisas que a gente simplesmente sabe. Eu não preciso questionar isso.

Eu não sou nenhum suicida!

- Franga.

Filho da mãe.

- Olha cara. Sabe da maior? Eu vivo, eu existo e eu participo de coisas grandes. E hoje eu fiz várias coisas que eu não faria normalmente... E sabe de uma coisa melhor ainda? Eu nem precisei de você.

Verdade. Cheguei à essa conclusão.

- Esse é o meu garoto. Finalmente sacando o intuito da minha terapia com você.

E eu nem me dei ao trabalho de responder essa. Motivo? Talvez ele esteja certo. Talvez não. Mas não quero entrar nesses méritos a essa hora e nesse estado. Deixa para eu pensar nisso quando eu tiver mais tempo. Por hora, desligo o PC, me levanto da cadeira, dou um pulinho batendo os calcanhares um no outro e caminho para a cama. O doce “pré-sono” me espera. Vou me agarrar aos últimos momentos dessa sensação. E amanhã? Bom, seja o que Deus quiser.