terça-feira, 6 de maio de 2008

Tempestade.

Segunda feira. Dia comum. Ele estava sentado lendo seu jornal, na maior paz possível. O sol batia em sua janela, o vento remexia as cortinas da sala de estar. Nada mais normal do que aquela segunda feira. Porém, ele ouviu aquele barulho. E quando percebeu o tempo estava virando, uma tempestade se aproximava. A chuva caiu. No restante do dia ela caiu incessantemente, sem alterar a vida do rapaz que não tinha planos de sair de casa mesmo. O Segundo dia veio. E a chuva continuava a cair. Mais forte, acompanhando o vento que aumentava de velocidade. O rapaz ignorou aquilo e seguiu seu caminho. Uma chuvinha a toa não ia mudar a vida dele. E conseguiu sobreviver ao dia. O terceiro dia foi o dia crucial. A tempestade mostrou sua cara, pegou ele de jeito. Choveu, ventou com força e jogou ele de um lado para o outro, virando tudo que se colocava na frente. E assim foram os dias seguintes. O rapaz envolto no olho do furacão, voando de um lado para o outro, as vezes ao sabor do vento. Vez ou outra conseguia direcionar um pouco as coisas, como um pára-quedista em queda livre que usa os braços e pernas para chegar onde quer. E assim ele sobreviveu essa tempestade. Ora cedendo, ora lutando, ora com certeza, ora em dúvida, ora certo, ora errado... E no último dia, depois de uma noite difícil, se viu largado no chão, o vento não batia mais, não levava mais as coisas. Olhou envolta e pelo espelho viu suas coisas remexidas e jogadas no chão, algumas delas ele nem sabia que tinha mais, outras que fazia questão de manter, foram jogadas fora pelo vento. Se levantou, bateu a poeira e saiu correndo na direção do centro de metereologia mais próximo. Não com o intuito de informar sobre a tempestade ou pedir ajuda, mas com uma vontade descomunal de saber quando ela passaria de novo.