sábado, 17 de abril de 2010

Run.

Corria sem olhar para trás. Corria com toda sua força para frente. Sons de tiro, buracos de bala nasciam a sua volta, mas ele não parava. Desafiava os limites do seu físico naquela corrida desembestada, como se sua vida dependesse daquilo.

Dependia?

Algo explodiu atrás dele jogando o corpo do jovem pra frente. Rolou alguns metros, mas logo se levantou. Sem nem pensar, era mais do que força de vontade, aquilo se tornara um ato reflexo. Caia, levanta e ia pra frente. Mais tiros a sua volta, mais explosões atrás, aos lados, na frente... E no final das contas, só restava ele, correndo pra frente com toda sua força. Suava, ofegava, até se atrevia a mancar em alguns momentos mais tensos, quando torcia o pé de leve pisando em buracos na grama. Mas nada o parava. Corria como se não houvesse amanhã, não se preocupava em guardar energias para a volta, só corria... Pra frente...
Não olhava para trás, não olhava para os lados, e cá entre nós não sei nem se olhava para frente...

O que nos deixa na dúvida: Fugia ou tentava alcançar?

3 comentários:

Camila Muniz disse...

A dúvida que se aplica aqui: que objetivos ele teria ou qual o medo que sentiu enquanto corria tanto? Qual a meta a ser atingida? Não importa. O homem foi tomado por uma atitude primitiva, de ser, a qual ele só sabia que não pararia no mesmo lugar e não se preocuparia se seria atingido com os problemas ao redor. Focou-se numa só vontade e esvaziou a mente para ser invadida de uma única sensação, a que dera tudo de si para se tornar real.

Gribor disse...

Alguns momentos da vida é necessário estar no automático, não saber, e muito menos se importar, com a finalidade, simplesmente fazer algo e não deixar que nada distraia daquela meta. Uma fuga de uma realidade com a qual não se quer confrontar momentaniamente.

Taynar disse...

É sempre assim.
A gente nunca tem a opção de dar pausa nisso tudo pro café, enquanto pensa.


Beijos