Passaram-se 4 anos desde a última vez que se viram. Cada um seguiu o seu caminho com poucas coisas em comum. E o que tinham em comum não foi o suficiente para mantê-los juntos. Ele caminhava calmamente pela rua enquanto por alguma razão a qual ele não pode afirmar com certeza qual era, ela invadiu seus pensamentos. Que tristeza. Lembrou de quando se conheceram, como as coisas aconteceram, como viraram amigos, como era divertido, engraçado, trabalhoso... Da felicidade que sentia quando ia vê-la, das coisas que ela gostava... O cheiro dela, ahh... O cheiro dela. Sem perceber sorriu. Continuou caminhando trilhando um trajeto tão internalizado que ele poderia fazê-lo de olhos fechados, por isso se permitiu esse devaneio. Lembrou de como as coisas começaram a ruir, algumas brigas, e chegou à conclusão de que não sabia por que brigara com ela da última vez. “Culpa minha provavelmente”, pensou. O que deveria ser verdade. Pensou nas poucas informações que tinha dela no momento e deixou sua mente arquitetar um sem-número de situações pelas quais ela deveria estar passando agora. Como ela se sentira, o que estaria fazendo, o que estaria precisando... Foi o mais longe que pode, mas não se atreveu a pensar em como seriam as coisas se não tivessem parado de se falar. Um terreno muito perigoso e doloroso. Imaginou como seria um reencontro e a “lavagem de roupa suja”. Idealizou discussões Hollywoodianas cheias de cenas e deixas iguais aquelas dos filmes nas quais as pessoas falam coisas do tipo “Por Deus!” ou “Será que você não vê?” enquanto se levantam e passam as mãos pelos cabelos, nervosos. Chegou a conclusão de que isso não iria acontecer. Provavelmente gaguejaria durante uns 15 minutos e quando ela o colocasse de frente com os erros cometidos por ele, ele não saberia o que dizer.
E quando ele estava perto de chegar aonde deveria, o destino tratou de pregar uma peça no rapaz. Lá estava ela, ao longe. Conversando com amigas, sorridente, linda como sempre. Foi aí então que ele pensou algo que não havia pensado antes.
Será que ele invade os pensamentos dela durante caminhadas rotineiras?
8 comentários:
Nossa...é incrível, mas já me senti assim várias vezes, aliás, ainda me sinto assim em relação a tantas pessoas...Por que eu penso tanto, mas será que lembram de mim dessa mesma maneira...Fica a dúvida no ar...
Bjs.........
iraaado, manopla! a gente tinha q escrever com mais frequ6encia, né?! :P
Abraços, Pastor!
Muito bom texto. Acho que todos nós temos esse momento de reflexão. Parabéns por mais um belo trabalho.
Abração
compartilho esse pensamento e essa duvida de vez em quando..muito bom o texto!
Belíssimo! A analogia que fizera as discussões em Hollywood, o jeito que conseguiu destacar o pensamento do personagem... Consegui materializar cada minuto de leitura. Você consegue escrever com uma simplicidade magnífica! Muito bom mesmo!
Quanto a pergunta do personagem... Se antes eram felizes e tudo parecia bem, certamente que lembranças virão do mesmo modo como os momentos ruins e de discussão... Lembra-se até sem querer, tudo depende de quanto tempo se viveu.
é chato ser fatalista mas.... pouco provável... sabe como é, a minha experiência diz que só um dos pares pensa no outro depois do fim..
eu sempre penso e as vezes sinto falta e saudades até do que não vivi...do que ficou no ar mas faz parte das tentativas de ser feliz e encontrar as possibilidades que perdemos ou deixamos passar.
Sou a Ela de uma história igual a essa. Não se consegue ter ódio por muito tempo de quem se ama. A únca coisa que eu queria era conversar para entender os motivos. Cada uma de nossas vidas seguiu o seu destinos. A única coisa que eu queria era erntender o motivo, pois essa pergunta me persegue em meus sonhos e mesmo depois de 20 anos passados do 1º encontro ainda gravo na memória todas as lembranças, mesmo sabendo que não há retorno.
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